Depois de agradecer a Molly e a Arthur pelos presentes e de tomar o pequeno-almoço de panquecas com geleia preparado pela primeira, Lenny foi com Harry, Ron, Ginny e os gémeos lá para fora. Como Hermione não estava lá para arbitrar o jogo de Quidditch, entretiveram-se cada um a mexer nos seus presentes. Ginny tinha o colar que Lenny lhe oferecera ao pescoço e Lenny usava o colar de mocho que Daphne lhe dera.
Depois, Ginny pediu à mãe (já que ela ainda não podia usar magia fora de Hogwarts) para, através de um feitiço, fazer aparecer um biquíni para Lenny. Passaram a manhã no rio, a chapinhar, a nadar e a molhar os outros. George e Fred adoravam submergir a cabeça de Ron no rio e Lenny e Ginny entretinham-se a flutuar e a tentar tocar no fundo do rio.
Depois, Molly foi chamá-los para o almoço e cada um tomou um duche e se sentou nos mesmos lugares que tinham ocupado na ceia de Natal do dia anterior.
À tarde, enquanto faziam a digestão, os seis foram para o quarto de Ginny e Lenny conversar sobre a escola.
À tarde, enquanto faziam a digestão, os seis foram para o quarto de Ginny e Lenny conversar sobre a escola.
Falaram sobre os EFBE’s, na loja de partidas mágicas, intitulada Magias Mirabolantes dos Weasley, que Fred e George haviam aberto nas férias de Verão há alguns anos atrás, mas que tinham fechado durante o ano letivo. Apesar de tudo, começavam a pensar seriamente em fazer negócio com a loja e em torná-la o seu emprego fixo, uma vez que esta tinha muito sucesso no verão. Conversaram, também, claro, sobre os pais de Lenny e sobre o que haveriam de fazer em relação a eles: antes de mais, Lenny deveria aprender as artes da Legilimância e da Oclumância, e Harry deu-lhe algumas dicas que Snape lhe dera quando este tivera aulas com o professor. Depois, Lenny avisou-os de que poderia ter de embarcar numa jornada fora de Hogwarts, faltando assim às aulas e sabia que pelo menos Molly não iria ficar satisfeita com isso.
-Esse é provavelmente o maior dos nossos problemas – disse Ron – não estou a ver a nossa mãe a deixar-nos faltar às aulas, muito menos se for por ir em busca de perigos e aventuras.
-Eu não quero que se arrisquem por mim – disse logo Lenny – eu é que sou filha deles, eu é que devo ir à procura…
-Nós não te vamos deixar ir sozinha – redarguiu Ginny – e além disso este ano está a ser demasiado parado para o meu gosto.
-Mas é perigoso… e se alguma coisa…
-Não penses nisso agora – apaziguou Harry – o que for, será. Quando for a altura certa para agir, agiremos. Não vale a pena sofrer por antecipação.
Lenny suspirou.
-Às vezes tenho medo do próprio medo – admitiu. Harry sorriu-lhe compreensivamente.
-Eu sei o que isso é – concordou ele.
Depois de a digestão estar feita, regressaram ao rio e passaram a tarde a brincar: Fred e George pediram a Billy que enfeitiçasse uma quaffle e fazê-la cair no rio, salpicando os outros, Harry conseguiu encontrar uma snitch debaixo de água e a certa altura Bill e Fleur passaram por lá perto de mãos dadas, alheios do resto do mundo e os gémeos lançaram-lhes água para cima, molhando-os por completo, levando um sermão por parte de Fleur e Molly.
Ao fim do dia, depois de mais um banho e de (por insistência dos anfitriões da casa), Lenny e a avó terem jantado na Toca, arrumaram as suas coisas e despediram-se dos outros para regressar a casa.
-Vocês podem ficar aqui até ao final das férias, se quiserem – convidou Molly.
-Obrigada, Molly, mas a Lenny anda a pôr a matéria em dia e deixou o material de estudo em casa… - declarou a avó.
-Adeus, Lenny, vemos-te no primeiro dia de aulas! – despediu-se Ginny. Lenny agarrou na mala (que tivera de ser aumentada através de um Feitiço de Extensão, para que coubessem lá dentro os presentes de Natal), na gaiola de Hedz e na de Shy (Hedz olhava desconfiadamente para Shy, que dormia profundamente) e agarrou-se à avó. A mesma sensação de agonia percorreu o corpo de Lenny à medida que rodopiava e parecia ser sugada para um vórtice negro e só parou quando colocou os pés no chão na casa da avó. Aí, o tempo continuava frio e gelado: chovia torrencialmente e ameaçava começar a trovejar. Lenny mal teve tempo de cair na cama para logo adormecer, cansada e com sono.
*
O nevoeiro que se instalava à sua frente era cerrado e Lenny não conseguia ver mais do que um metro à sua frente. Sentia-se gelada por fora, mas quente por dentro: era uma sensação esquisita e inquietante. O silêncio era absoluto, até que um relâmpago rasgou os céus e a cegou momentaneamente. Depois, um trovão rugiu e fez estremecer o solo por debaixo dos pés de Lenny. Lentamente, a rapariga conseguiu ver onde estava: era uma sala aberta, sem teto, de tijolo e redonda, com portas de madeira fechadas a toda a volta. Lenny queria abrir uma das portas, mas não se conseguia mover. Depois, um relâmpago seguido de um trovão quebrou o silêncio, mas uma voz forte e grave sobrepôs-se a este. Falou tão depressa que Lenny mal teve tempo para perceber tudo, mas as palavras ficaram gravadas na sua memória: Deves procurar onde não podes entrar. E, tão depressa como tinha aparecido, aquela paisagem desvaneceu-se e Lenny acordou, ofegante. Pegou numa folha de pergaminho que tinha na mesinha-de-cabeceira, molhou uma pena no tinteiro e descreveu o seu sonho, escrevendo a frase que ouvira, que fora certamente proferida pelo pai, e descrevendo a paisagem e a sala o melhor que podia. Tentou ainda desenhá-la, mas não se recordava quantas portas tinha visto, e nunca tivera jeito para desenho. Ficou a meditar na frase mas não se conseguiu lembrar de nenhum sítio onde não pudesse entrar e sentia as pálpebras pesadas do sono. Acabou por adormecer com a pena ainda na mão.
*
De manhã, depois de se arranjar e tomar o pequeno-almoço, Lenny desfez a mala rapidamente e abriu o kit de material escolar que Hermione lhe oferecera, escrevendo uma carta a relatar o sonho que tivera para mandar aos Weasley e a Harry, e outra a Hermione.
Lenny ainda não experimentara o Diário-Logo nem o Espelho de Duas Faces e achou que aquela era a altura ideal para o fazer. Achou melhor começar pelo Diário, não fosse Draco estar perto do pai. Abriu o diário e escreveu:
Lenny ainda não experimentara o Diário-Logo nem o Espelho de Duas Faces e achou que aquela era a altura ideal para o fazer. Achou melhor começar pelo Diário, não fosse Draco estar perto do pai. Abriu o diário e escreveu:
-Adorei o teu presente, obrigada - e aguardou. Passados uns instantes em que Lenny esperou, expectante, algo apareceu escrito no seu diário:
-Também adorei o teu. Adoro-te.
Lenny escrevinhou:
-Tenho uma coisa para te contar, mas preciso de ter a certeza de que és mesmo o Draco – escrevinhou Lenny.
-Pergunta-me o que quiseres – respondeu Draco. Lenny pensou nalgo que só Draco poderia saber responder:
-Qual foi a primeira coisa que me disseste?
Draco demorou algum tempo a responder, mas depois afirmou:
-Então, nunca pegaste numa varinha? E para mais garantias, Lenny, és a minha força e a minha fraqueza ao mesmo tempo. Mas se quiseres podemos falar pelo espelho, os meus pais não estão em casa.
Lenny escreveu Ok e fechou o diário, pegando em seguida no Espelho de Duas Faces. Virou-o ao contrário e proferiu:
-Draco Malfoy – subitamente, a cara de Draco apareceu-lhe no espelho, o cabelo a cair-lhe para os olhos cor de prata derretida, um sorriso a varrer-lhe o rosto e envergando uma camisa branca, diferente do seu uniforme habitual dos Slytherin. Lenny imaginou que a sua própria cara estaria agora no espelho de Draco e desejou poder tocar-lhe.
-Já tinha saudades desses teus cabelos – murmurou Draco na sua voz misteriosa e sexy e Lenny suspirou de alívio por a avó ter escolhido aquele momento para ligar o aspirador (apesar de ser uma feiticeira não se importava de fazer limpezas à maneira dos Muggles). A rapariga mordeu o lábio inferior.
-E eu desse teu sorriso sarcástico – comentou Lenny.
-Passaste bem o Natal? – perguntou-lhe Draco.
-Sim… os Weasley convidaram-me para ir ter com eles à Toca. Foi fixe – informou Lenny, tentando não demonstrar entusiasmo excessivo.
-Eles não te chatearam, pois não? – inquiriu Draco, desconfiado.
-Claro que não! Eles são todos muito divertidos e…
-Ok, já percebi – referiu Draco duramente, o que fez Lenny aperceber-se que ele estava com ciúmes.
-Mas, como eu te disse… preciso de te contar uma coisa – disse Lenny e Draco fez subitamente um ar preocupado.
-Diz.
Lenny contou-lhe o sonho que tivera e o que o pai lhe dissera.
-Fazes alguma ideia do local a que o meu pai se referia? – questionou Lenny, quando acabou de contar.
-Não… - Draco ficou subitamente muito direito e parecia estar de ouvidos à escuta. Quando falou, a sua voz era baixa e grave: - o meu pai acabou de chegar. Se me lembrar de alguma coisa escrevo no diário. Adeus, Lenny, amo-te.
-Amo-te também – proferiu ela e a imagem de Draco desapareceu do espelho. Lenny suspirou: gostaria de ter falado mais tempo com Draco, tentar descobrir a pista que o pai lhe dera… guardou o espelho e recomeçou as revisões da matéria.
*
O Ano Novo chegou com neve e ventos frios e Lenny e a avó comemoraram a entrada no novo ano à maneira dos Muggles, comendo as doze passas ao som das badaladas da meia-noite. Lenny pediu apenas um desejo com todas as suas forças: encontrar os pais e trazê-los são e salvos para casa.
E por fim, lá se acabaram as férias de Natal, que aparte do Natal passado na Toca, foi tão ou mais estudioso que o período de aulas, com apontamentos, resumos e revisões. Finalmente chegou o dia de embarcar no Expresso de Hogwarts e de se despedir da avó, dando início a um novo período escolar.
O comboio partiria da estação de King's Cross às onze horas da manhã e às onze menos um quarto, Lenny e a avó chegaram à parede de tijolo que era a passagem para a plataforma 9 e 3/4. Lenny despediu-se da avó, agarrou firmemente no carrinho que levava as suas malas e a gaiola de Hedz e a de Shy e correu contra a barreira, parando na plataforma 9 e 3/4. O Expresso de Hogwarts já lá estava, parado, e vários alunos movimentavam-se apressadamente, outros trocavam fotografias entre si, conversavam, saudavam-se, etc.
A certa altura, Lenny reconheceu uma cabeleira loura-quase-branca e viu Draco vir na sua direção, com o seu carrinho.
-Lenny! - Draco sorriu e abraçou-a - o Ano Novo foi bom?
-Sim, passou-se - respondeu Lenny - e o teu?
-Também.
Daphne foi juntar-se-lhes pouco depois e Lenny avistou Pansy a vir na direção deles, ao mesmo tempo que várias cabeças ruivas entravam na plataforma. Lenny despediu-se dos amigos Slytherin e foi ter com eles, que se encontravam na companhia de Harry.
-Olá! - saudou.
-Olá - responderam eles, em coro.
-A Hermione não passou o Ano Novo convosco? - interrogou Lenny.
-Não - respondeu Harry - foi esquiar com os pais.
Depois baixou os olhos para o chão como se se arrependesse de o ter dito. Lenny sentiu um nó na garganta, mas fez por sorrir.
-Olhem, ali vem ela! - apontou para a parede de tijolo, pois, de facto, Hermione acabava de passar a parede e vinha ter com eles.
-Olá! - sorriu ela e depois baixou a voz - recebi a tua carta, Lenny, mas não faço ideia do que o teu pai possa querer ter dito...
-Falamos disso em Hogwarts - afirmou Lenny, olhando em redor. Depois Hagrid chamou-os e mandou-os entrar no comboio, e este lá partiu, com a neve a cair à sua volta.
E por fim, lá se acabaram as férias de Natal, que aparte do Natal passado na Toca, foi tão ou mais estudioso que o período de aulas, com apontamentos, resumos e revisões. Finalmente chegou o dia de embarcar no Expresso de Hogwarts e de se despedir da avó, dando início a um novo período escolar.
O comboio partiria da estação de King's Cross às onze horas da manhã e às onze menos um quarto, Lenny e a avó chegaram à parede de tijolo que era a passagem para a plataforma 9 e 3/4. Lenny despediu-se da avó, agarrou firmemente no carrinho que levava as suas malas e a gaiola de Hedz e a de Shy e correu contra a barreira, parando na plataforma 9 e 3/4. O Expresso de Hogwarts já lá estava, parado, e vários alunos movimentavam-se apressadamente, outros trocavam fotografias entre si, conversavam, saudavam-se, etc.
A certa altura, Lenny reconheceu uma cabeleira loura-quase-branca e viu Draco vir na sua direção, com o seu carrinho.
-Lenny! - Draco sorriu e abraçou-a - o Ano Novo foi bom?
-Sim, passou-se - respondeu Lenny - e o teu?
-Também.
Daphne foi juntar-se-lhes pouco depois e Lenny avistou Pansy a vir na direção deles, ao mesmo tempo que várias cabeças ruivas entravam na plataforma. Lenny despediu-se dos amigos Slytherin e foi ter com eles, que se encontravam na companhia de Harry.
-Olá! - saudou.
-Olá - responderam eles, em coro.
-A Hermione não passou o Ano Novo convosco? - interrogou Lenny.
-Não - respondeu Harry - foi esquiar com os pais.
Depois baixou os olhos para o chão como se se arrependesse de o ter dito. Lenny sentiu um nó na garganta, mas fez por sorrir.
-Olhem, ali vem ela! - apontou para a parede de tijolo, pois, de facto, Hermione acabava de passar a parede e vinha ter com eles.
-Olá! - sorriu ela e depois baixou a voz - recebi a tua carta, Lenny, mas não faço ideia do que o teu pai possa querer ter dito...
-Falamos disso em Hogwarts - afirmou Lenny, olhando em redor. Depois Hagrid chamou-os e mandou-os entrar no comboio, e este lá partiu, com a neve a cair à sua volta.
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