domingo, 30 de março de 2014

Magia

Lenny e Draco sentaram-se confortavelmente nas toalhas, recostados nas almofadas. Trocaram beijos e carícias e no meio de todo esse carinho, quando Lenny viu Draco assim tão perto dela, com o cabelo a cair-lhe para os olhos azuis-acinzentados que pareciam prata derretida, veio-lhe à mente a conversa com Hermione e Ginny à hora de almoço no avião no dia em que chegaram às Caraíbas e sentiu uma espécie de “clique” dentro de si. Ela nunca pensara muito naquilo, mas sabia que era com Draco que o queria fazer e que se sentia preparada… sabia-o e pronto, não havia maneira de explicar. Draco reparou que ela estava pensativa e que mordia o lábio.
-Passa-se alguma coisa? – perguntou ele.
-Eu… - Lenny meditou no que havia de dizer, e só passado uns segundos é que disse – percebi que é contigo.
-Que é comigo o quê? – interpelou Draco.
-Que é contigo que quero… fazê-lo.
Draco susteu a respiração e o seu coração começou a bater mais depressa, porque ele sentia o mesmo.
-Eu não quero apressar as coisas – disse Draco, não por se sentir reticente mas porque queria que Lenny se sentisse absolutamente segura.
-Nem eu, mas tu és o tal… - murmurou Lenny – e as Caraíbas é um local tão bonito…
Disse a última frase tão baixo que pensou que Draco não tivesse ouvido, mas estava enganada. Este aproximou-se ainda mais, se isso era possível, entrelaçando os dedos nos dela. Lenny viu de relance a cicatriz da Marca Negra no seu antebraço esquerdo.
-Lenny, eu trouxe-te aqui para que pudéssemos estar juntos e mais à vontade, não foi com essa intenção – fez ver Draco.
-Eu sei, Draco, mas… eu quero. E se tu também quiseres… eu não estaria a dizer isto se não me sentisse completamente preparada, podes ter a certeza disso – afirmou Lenny com veemência e Draco viu nos seus olhos que o que ela dizia era verdade. O coração dos dois começou a bater ainda mais depressa.
-Tens a certeza? – murmurou-lhe Draco ao ouvido. Lenny sorriu como nunca sorrira antes. Um sorriso de total liberdade e segurança, apaixonante.
-Como nunca tive antes, Draco – sussurrou Lenny. Então, Draco pegou na varinha e com um feitiço isolou aquela zona, impedindo todas as outras pessoas, muggles ou feiticeiros, de para lá irem e de verem ou ouvirem o que quer que seja (através do feitiço Muffliato). Depois Draco arrumou a varinha. Encontravam-se agora de joelhos de frente um para o outro. Lenny desapertou os botões da camisa de Draco, revelando-lhe o tronco nu e musculado. Draco desapertou suavemente o top de Lenny, revelando o seu biquíni. Intercalavam isso com beijos apaixonados. Depois Lenny tirou os calções e caiu em cima de Draco, sentindo-se mais feliz que nunca. Este afagou-lhe o cabelo, percorrendo com o dedo a face de Lenny até chegar aos seus lábios.
-Amo-te – sussurrou ele.
-Eu também te amo – respondeu Lenny, beijando-o ferozmente. Depois rebolaram na areia, até Draco ficar por cima de Lenny.

*

Magia. Era a única forma de descrever o que acontecera e como Draco e Lenny se sentiam naquele momento. Fora um momento apaixonante, intenso e indescritível. Nenhum dos dois se arrependera e tinham usado precauções. Como era possível arrependeram-se se fora assim tão mágico, quase surreal? E o local onde ocorrera também era mágico… o seu ninho de amor, o local onde selaram a sua paixão.
Lenny e Draco deixaram-se estar juntos, observando-se apaixonadamente, com os dedos entrelaçados e grandes sorrisos nos rostos.
-Obrigada – sussurrou Lenny, passado algum tempo.
-Obrigado eu – replicou Draco. Depois levantaram-se, vestindo-se. Draco pegou na varinha, com um sorriso no rosto, e apontou-a à pedra. Depois, lentamente, palavras escritas com uma letra perfeita, floreada, apareceram gravadas na rocha no teto do ninho de amor.
-“O amor é um feitiço mágico que permanecerá para sempre ininterrupto” – leu Lenny, sentindo a emoção – oh, Draco!
Lenny abraçou-o com força, ele segurando-a pela cintura e ela aninhando a cabeça no seu peito. Ficaram assim durante muito tempo, nunca querendo deslargar-se um do outro. Depois Lenny lembrou-se de algo.
-Quero mostrar-te algo que os muggles gostam de fazer – disse ela, pegando-lhe na mão. Aproximou-se de uma palmeira e criou uma cama de rede.


-Achas que é resistente o suficiente para aguentar connosco os dois? – questionou Draco. Lenny fez um sorriso atrevido.
-Só há uma maneira de descobrirmos – disse ela, agarrando em Draco pelos colarinhos e atirando-o para a rede, caindo em cima dele em seguida. A rede manteve-se bem fixa. Ficaram assim os dois, Draco com um braço pelos ombros de Lenny e esta com a cabeça recostada no seu peito. Ela gostava de percorrer o torso de Draco com as mãos e este de lhe afagar o cabelo.

*

Por fim, o sol começou a pôr-se e Lenny e Draco ficaram a vê-lo descer no mar, majestoso e nobre.


De súbito, Lenny disse:
-A festa!
Draco arqueou uma sobrancelha, confuso.
-A festa dos gémeos. Começa agora, ao pôr-do-sol - explicou a rapariga.
Draco fez beicinho quando Lenny se levantou cuidadosamente da rede.
-Temos mesmo de ir?
-Eu já disse que ia, Draco… - alegou Lenny, mas depois acrescentou: - mas acho que não há mal nenhum se nos escaparmos antes.
-Então, está bem – acedeu Draco, saindo também ele da rede. Deixaram tudo como estava, pois, embora não tivessem falado sobre isso, ambos queriam escapar à festa para voltarem ao seu refúgio. 

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