Lenny e Draco sentaram-se confortavelmente nas toalhas, recostados nas
almofadas. Trocaram beijos e carícias e no meio de todo esse carinho, quando
Lenny viu Draco assim tão perto dela, com o cabelo a cair-lhe para os olhos
azuis-acinzentados que pareciam prata derretida, veio-lhe à mente a conversa
com Hermione e Ginny à hora de almoço no avião no dia em que chegaram às
Caraíbas e sentiu uma espécie de “clique” dentro de si. Ela nunca pensara muito
naquilo, mas sabia que era com Draco que o queria fazer e que se sentia
preparada… sabia-o e pronto, não havia maneira de explicar. Draco reparou que
ela estava pensativa e que mordia o lábio.
-Passa-se alguma coisa? – perguntou ele.
-Eu… - Lenny meditou no que havia de dizer, e só passado uns segundos é que
disse – percebi que é contigo.
-Que é comigo o quê? – interpelou Draco.
-Que é contigo que quero… fazê-lo.
Draco susteu a respiração e o seu coração começou a bater mais depressa, porque
ele sentia o mesmo.
-Eu não quero apressar as coisas – disse Draco, não por se sentir reticente
mas porque queria que Lenny se sentisse absolutamente segura.
-Nem eu, mas tu és o tal… - murmurou Lenny – e as Caraíbas é um local tão
bonito…
Disse a última frase tão baixo que pensou que Draco não tivesse ouvido, mas
estava enganada. Este aproximou-se ainda mais, se isso era possível,
entrelaçando os dedos nos dela. Lenny viu de relance a cicatriz da Marca Negra
no seu antebraço esquerdo.
-Lenny, eu trouxe-te aqui para que pudéssemos estar juntos e mais à vontade,
não foi com essa intenção – fez ver
Draco.
-Eu sei, Draco, mas… eu quero. E se tu também quiseres… eu não estaria a
dizer isto se não me sentisse completamente preparada, podes ter a certeza
disso – afirmou Lenny com veemência e Draco viu nos seus olhos que o que ela
dizia era verdade. O coração dos dois começou a bater ainda mais depressa.
-Tens a certeza? – murmurou-lhe Draco ao ouvido. Lenny sorriu como nunca
sorrira antes. Um sorriso de total liberdade e segurança, apaixonante.
-Como nunca tive antes, Draco – sussurrou Lenny. Então, Draco pegou na varinha
e com um feitiço isolou aquela zona, impedindo todas as outras pessoas, muggles
ou feiticeiros, de para lá irem e de verem ou ouvirem o que quer que seja (através do feitiço Muffliato).
Depois Draco arrumou a varinha. Encontravam-se agora de joelhos de frente um
para o outro. Lenny desapertou os botões da camisa de Draco, revelando-lhe o
tronco nu e musculado. Draco desapertou suavemente o top de Lenny, revelando o
seu biquíni. Intercalavam isso com beijos apaixonados. Depois Lenny tirou os calções
e caiu em cima de Draco, sentindo-se mais feliz que nunca. Este afagou-lhe o
cabelo, percorrendo com o dedo a face de Lenny até chegar aos seus lábios.
-Amo-te – sussurrou ele.
-Eu também te amo – respondeu Lenny, beijando-o ferozmente. Depois
rebolaram na areia, até Draco ficar por cima de Lenny.
*
Magia. Era a única forma de descrever o que acontecera e como Draco e Lenny
se sentiam naquele momento. Fora um momento apaixonante, intenso e indescritível.
Nenhum dos dois se arrependera e tinham usado precauções. Como era possível
arrependeram-se se fora assim tão mágico, quase surreal? E o local onde
ocorrera também era mágico… o seu ninho de amor, o local onde selaram a sua
paixão.
Lenny e Draco deixaram-se estar juntos, observando-se apaixonadamente, com
os dedos entrelaçados e grandes sorrisos nos rostos.
-Obrigada – sussurrou Lenny, passado algum tempo.
-Obrigado eu – replicou Draco. Depois levantaram-se, vestindo-se. Draco
pegou na varinha, com um sorriso no rosto, e apontou-a à pedra. Depois,
lentamente, palavras escritas com uma letra perfeita, floreada, apareceram
gravadas na rocha no teto do ninho de amor.
-“O amor é um feitiço mágico que permanecerá para sempre ininterrupto” –
leu Lenny, sentindo a emoção – oh, Draco!
Lenny abraçou-o com força, ele segurando-a pela cintura e ela aninhando a
cabeça no seu peito. Ficaram assim durante muito tempo, nunca querendo
deslargar-se um do outro. Depois Lenny lembrou-se de algo.
-Quero mostrar-te algo que os muggles gostam de fazer – disse ela,
pegando-lhe na mão. Aproximou-se de uma palmeira e criou uma cama de rede.
-Achas que é resistente o suficiente para aguentar connosco os dois? –
questionou Draco. Lenny fez um sorriso atrevido.
-Só há uma maneira de descobrirmos – disse ela, agarrando em Draco pelos
colarinhos e atirando-o para a rede, caindo em cima dele em seguida. A rede
manteve-se bem fixa. Ficaram assim os dois, Draco com um braço pelos ombros
de Lenny e esta com a cabeça recostada no seu peito. Ela gostava de percorrer o
torso de Draco com as mãos e este de lhe afagar o cabelo.
*
Por fim, o sol começou a pôr-se e Lenny e Draco ficaram a vê-lo descer no
mar, majestoso e nobre.
De súbito, Lenny disse:
-A festa!
Draco arqueou uma sobrancelha, confuso.
-A festa dos gémeos. Começa agora, ao pôr-do-sol - explicou a rapariga.
Draco fez beicinho quando Lenny se levantou cuidadosamente da rede.
-Temos mesmo de ir?
-Eu já disse que ia, Draco… - alegou Lenny, mas depois acrescentou: - mas
acho que não há mal nenhum se nos escaparmos antes.
-Então, está bem – acedeu Draco, saindo também ele da rede. Deixaram tudo
como estava, pois, embora não tivessem falado sobre isso, ambos queriam escapar
à festa para voltarem ao seu refúgio.
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