Depois da conversa atribulada de Lenny com Hermione e Ginny, Lenny regressou
ao lugar, onde Draco se lhe juntou pouco depois, preparando-se para o resto da
viagem.
Por volta das quatro da tarde, começaram a avistar paisagens paradisíacas lá em baixo, através das janelas do avião: um mar tão azul que arrepiava, longas paisagens
verdejantes e terreno branco que eram as areias da praia.
Finalmente, depois de uma longa viagem, o avião deles aterrou às quatro e
meia num dos aeroportos das Bahamas, Caraíbas. Os outros dois aviões que levavam
os restantes alunos e professores de Hogwarts já lá estavam, a recolher as
bagagens e todos sempre muito entusiasmados.
-Está muito mais calor aqui – disse Lenny, quando saiu do avião.
-Ainda bem! Vai ser só curtir – sorriu Draco, com um sorriso no
rosto.
-Acho que o Fred e o George já estão a planear uma festa – declarou Lenny,
que os ouvira a falar sobre isso - provavelmente domingo ou segunda-feira,
tipo festa de despedida.
-Vais com o teu vestido preto outra vez? – questionou Draco, com um sorriso
travesso.
-Acho que a Ginny não o trouxe – replicou Lenny – mas acho que consigo
desencantar um ou outro na minha mala…
-Curto, de preferência – disse Draco, atrevido, levando uma cotovelada por
parte de Lenny.
Depois de recolherem as bagagens e de fazerem o check-out, o grupo
gigantesco de alunos e professores reuniu-se perto de um grupo de autocarros
que os levaria até às cabanas de praia. Após terem arrumado as malas e se terem instalado,
prosseguiram viagem. A certa altura, avistaram o mar, limpo e muito azul,
juntamente com palmeiras. Não havia ninguém na praia, pois os professores
tinham escolhido uma área privada, de modo a ser mais reservada e acolhedora e a não haver suspeitas. De qualquer modo, os feiticeiros iam revestidos com um feitiço de deformação que fazia os Muggles pensarem que onde eles estavam não existia ninguém e tinham também a sensação de não querer por nada ir para aquele lugar.
Os autocarros pararam junto a uma praia. Depois de algum tempo a caminhar,
chegaram à zona das cabanas de praia: vinte e oito pequenas casas de madeira
inseridas na praia, com areia a rodeá-la e o mar ali perto. Era uma paisagem
maravilhosa: com palmeiras altas, areia branca, o mar azul cristalino… a Lenny
e aos outros só lhes apetecia deixar cair as malas e correr para a areia ou
para o mar.
-Uau – exclamaram, chegando finalmente à areia. Lenny, tal como muitos
outros, tirou imediatamente os sapatos, sentindo a areia quente e fina nos pés.
-Atenção, meninos – a voz da professora McGonagall soou ampliada, pois
usara um feitiço de ampliação de voz de forma a se fazer ouvir por cima do
barulho dos alunos – vão ser colocados em grupos de dez, sendo-vos
atribuído uma cabana. Já sabem, se a sujarem, limpam-na. Existe comida dentro
das cabanas, mas não sejam tolos a gastá-la toda num dia, pois se quiserem mais
vão ter de a fazer ou de a comprar. Sem confusão, vá, procurem na lista junto ao
vosso Chefe de Equipa com quem vão ficar.
Lenny e Draco aproximaram-se de Slughorn, que já estava rodeado de
Slytherins. Seriam sete cabanas por equipa, e Slughorn ia já na terceira cabana.
-Cabana quatro – afirmou ele, passado um pouco – feminina. Daphne Greengrass, Astoria
Greengrass, Pansy Parkinson, Millicent Bulstrode, Lenny Gant…
Lenny conhecia todas as raparigas Slytherin com quem ia partilhar a cabana
e só se dava especialmente mal com Pansy. Draco ficou na cabana seis com Blaise
Zabini, Adrian Pucey, Marcus Flint, Gregory Goyle, Vincent Crabbe, Miles Bletchley
e mais três outros Slytherin.
Com a ajuda de feitiços, pois já eram todas maiores de idade (a maioridade no mundo dos feiticeiros atingia-se aos dezassete anos), Lenny, Daphne e as outras transportaram as suas
malas até à cabana quatro. As cabanas tinham sido agrupadas por casas, ou seja,
as sete primeiras cabanas pertenciam aos Gryffindor, as sete a seguir, aos
Hufflepuff, as sete a seguir, aos Ravenclaw, e por fim as sete cabanas dos
Slytherin.
-Tínhamos logo que ser os últimos – resmungou Pansy – temos de andar mais.
As cabanas eram todas iguais, com telhados de colmo e uma espécie de plataforma-terraço de tijolo com cadeiras à frente.
-Temos mesmo de aproveitar bem – disse Daphne – é o nosso último ano em
Hogwarts e mesmo assim acho que eles não vão voltar a fazer isto durante algum
tempo.
-Pois, ainda para mais sendo o Ministério a pagar – corroborou Lenny.
-Devem estar a fazer estas coisas todas para os que foram à batalha de Hogwarts esquecerem, ou pelo menos relaxarem e deixarem para trás os horrores do que aconteceu - confidenciou Milly, uma rapariga Slytherin um ano mais nova que Lenny.
-Despachem-se, miúdas! – gritou Marcus Flint entrando na cabana seis – mal
podemos esperar por vos ver de biquíni!
Lenny revirou os olhos, em conjunto com mais algumas raparigas, entrando em
seguida na cabana. Esta era acolhedora e pequena, toda de madeira. Entrava-se
para uma sala que fazia de estar e de jantar, depois havia uma pequena cozinha,
há direita uma casa de banho e dois quartos com três beliches cada ao fundo.
-Eu fico com a cama de cima! – exclamou Pansy entrando no primeiro quarto. Lenny
também entrou, juntamente com Daphne, Astoria e Millicent. O quarto tinha uma
janela que dava para as palmeiras nas traseiras da casa. Tinha também um
guarda-roupa e uma cómoda. Pansy colocou a sua mala na cama de cima de um dos
beliches e Millicent na de baixo. Daphne ficou noutro beliche, ficando com a cama de cima e Astoria com a de baixo e Lenny ficou num beliche de cima com ninguém por baixo.
-Já há gente na água! - exclamou Milly, que ficara com mais 4 raparigas no quarto ao lado.
-Como é que conseguem ser tão rápidos? - bufou Pansy.
-Eu ainda não vou - disse Daphne por sua vez - prefiro arrumar as minhas coisas primeiro, com calma.
-Ou podias usar magia! - exclamou Lenny, que nesse momento acabava de desfazer as malas com a sua varinha e se dirigia à casa-de-banho para vestir o biquíni. A casa-de-banho tinha vários cubículos individuais e uma bancada com vários lavatórios e um grande espelho. Havia também um chuveiro ao fundo.
Depois de vestir o biquíni, Lenny pegou numa toalha e numa pequena mala e saiu pela cabana, para o ar quente da praia.
| Representação do biquíni de Lenny |
Lenny reparou que os costumes dos feiticeiros na praia não eram muito
diferentes dos dos Muggles. Havia alunos estendidos nas toalhas de praia a apanhar
sol, outros a nadar ou a chapinhar na água, alguns jogavam com uma espécie de
disco encantado ou com raquetes mágicas e alguns filhos de Muggles preferiam os
jogos Muggles tradicionais como o voleibol de praia, o surf, a petanca ou o
futebol de praia e divertiam-se a ensinar os puro-sangue ou os meio-sangue que não tinham tido contacto com o mundo Muggle, apesar de um dos seus pais ser de origem Muggle. Também havia fatos-de-banho para todos os gostos e feitios:
muito coloridos, listrados, às bolinhas, brancos e pretos, havaianos,
tradicionais ou modernos, existia de tudo um pouco.
-Estamos giros, não estamos? – perguntou Fred, que apareceu à frente de
Lenny juntamente com George. Ambos exibiam um fato de banho laranja com flores
brancas havaianas.
-Que é que estão a fazer na zona dos Slytherin? – questionou Lenny.
-Resolvemos Aparecer para ver as vistas. As raparigas Slytherin podem ser
más e parecer inalcançáveis, mas são bem giras – declarou George.
-Oh, poupem-me – pediu Lenny.
-Tu estavas incluída, Lenny, excetuando aquilo de seres má, porque não és –
riu Fred. Lenny tentou não corar.
-Já que estão tão atentos aos arredores, viram o Draco? – inquiriu a
rapariga.
-A última vez que o vimos estava com o Zabini a falar com umas miúdas… -
disse George, mas depois calou-se.
-Desde que a Anastacia não esteja incluída, tudo bem – afirmou Lenny,
decidida a não deixar os ciúmes interferir na sua relação com Draco.
-Len! – exclamou uma voz não muito longe dali. Lenny olhou para o local de onde vinha a voz, vendo primeiro Blaise, não muito longe da beira-mar e com uns calções verde-escuros, e depois Draco. Nunca o vira em tronco nu, mas não havia dúvidas que ficava bem.
Sem comentários:
Enviar um comentário