Lenny encontrou
Harry, Hermione, Ron, Ginny, Fred e George no átrio principal, rodeados de
alguns Gryffindors, entre eles Neville, e Luna, dos Ravenclaw. Lenny tinha acordado às três da
tarde e agora passava pouco tempo das quatro. O clima estava frio, mas não chovia.
-Lenny! – exclamaram
Neville e Luna.
-Olá – sorriu ela,
contente por vê-los.
-Não acredito que
não nos incluíram na vossa aventura – disse Luna, mas não parecia
verdadeiramente chateada, apenas… aborrecida. Lenny sentiu-se embaraçada.
-Não queríamos
prejudicar mais ninguém – socorreu Hermione – e foi um bocado difícil esconder
o plano do Fred e do George, pelo que tivemos de incluí-los.
Fred e George fizeram cara de ofendidos, mas estavam apenas a brincar.
Fred e George fizeram cara de ofendidos, mas estavam apenas a brincar.
-Desculpem –
lamentou-se Lenny.
-Não faz mal. Nós
compreendemos – tranquilizou Neville com um sorriso verdadeiro.
Lenny avistou Daphne
não muito longe dali, acompanhada de Adrian Pucey, Blaise Zabini e Millicent
Bulstrode. Depois de falar mais um pouco sobre a sua jornada com os seus amigos
Gryffindor e Luna, foi ter com os seus colegas Slytherin.
-Lenny! –
cumprimentaram eles.
-Que jornada que
tiveste, hem? – sorriu Adrian.
-Estás melhor? –
perguntou Daphne.
-Sim, obrigada. E
desculpa por te ter encarregado de tratares da Hedz e do Shy – disse Lenny.
-Não faz mal –
sorriu Daphne – até foi divertido.
-Sabem onde está o
Draco? Ainda não o vi desde que acordei – alegou Lenny.
-A última vez que o
vimos estava junto da Pansy, do Gregory e do Vincent – referiu Blaise. Lenny
não conseguiu evitar sentir-se desapontada. Já tinha corrido por toda a escola
que Lenny acordara. A novidade ainda não teria chegado aos ouvidos de Draco ou
não se importaria ele o suficiente para a ir procurar? Lenny abanou a cabeça.
Depois de tudo o que ele fizera por Lenny, esta não podia deixar as suas inseguranças vencer.
-Obrigada –
agradeceu Lenny - vou procurá-lo. Se o virem digam-lhe que ando à procura dele.
-O Shy e a Hedz estão
no dormitório, Lenny – informou Daphne, quando Lenny se afastou.
Lenny adorava estar
de novo em Hogwarts, a sua segunda casa, a conviver com os amigos, mas
sentia-se insegura relativamente à atitude de Draco. Como ele não estava na
sala comum dos Slytherin, Lenny aproveitou para ver Hedz e Shy, cada um
cuidadosamente tratados e empoleirados nas suas gaiolas, junto à janela do
dormitório onde Lenny, Daphne e mais três raparigas dormiam. Hedz beliscou-lhe
os dedos, castigando-a por se ter ido embora e Shy rebolou pelo seu ombro, as
bochechinhas a ficarem vermelhas. Lenny fez-lhes festas e alimentou-os. Constatou que os pertences que estavam na sua mala que levara pela jornada estavam arrumados. Pegou na sua varinha e quando
estava a sair do dormitório ouviu a voz de Draco, provocando-lhe um aperto no
coração.
-Espero que esteja
bem.
-Não a vais ver,
Draco? – indagou outra voz, que Lenny reconheceu como pertencendo a Pansy.
-Já te disse que não
posso – afirmou Draco e Lenny franziu o sobrolho – não enquanto os pais dela e
os meus estiverem por perto.
Lenny engoliu em
seco. Os pais de Draco estavam em Hogwarts? Se bem que era natural, depois de
tudo o que acontecera… sabia que Molly e Arthur Weasley também tinham lá ido
durante a semana ver os seus filhos. Os pais de Hermione não tinham ido pois não sabiam de nada, uma vez que a professora McGonagall preferira não alertá-los. Lenny podia adivinhar que a reação de
Lucius Malfoy não seria bonita quando soubesse que Draco arriscara a vida por
Lenny.
-Como é que o teu pai
reagiu ao saber o que fizeste? – perguntou uma terceira voz, que devia
pertencer a Vincent Crabbe ou a Gregory Goyle.
-Como é que achas? –
replicou Draco – mal, é claro. Anda desvairado à minha procura e a minha mãe e a McGonagall tiveram de o acalmar.
-Mas tens de ir ter
com ele – fez Pansy ver. Lenny sabia que não devia estar a espiá-los, mas a
curiosidade era demasiado grande.
-Eu sei, mas já sei o
que me vão dizer. Até me podem tirar de Hogwarts e pôr-me em Durmstrang ou
assim – a voz de Draco parecia monótona e aborrecida e Lenny susteu a respiração.
Eles não podiam tirar Draco de Hogwarts! Subitamente, Lenny tropeçou no manto, escorregou
para a frente, escancarou a porta do seu dormitório e caiu pelas escadas abaixo
até se estatelar no chão alcatifado da sala comum dos Slytherin. Vincent,
Gregory e Pansy começaram a rir-se, mas os dois primeiros calaram-se ao ver a
expressão de Draco. Pansy esboçou um meio sorriso.
-A espiar as
conversas dos outros, Lenny? – perguntou, desdenhosamente.
-Estás bem, Lenny? –
questionou Draco, para grande fúria e descontentamento de Pansy. Lenny apenas se sentia atordoada
da queda, mas estava bem. Tinha enfrentado coisas muito piores nos últimos
tempos.
-Sim, eu…
-Ah-ah, então
estavas a espiar! – riu Pansy.
-Não, eu não te
estava a responder a ti, Pansy! – argumentou Lenny, esperando não começar a corar.
-Vou fingir que
acredito – anuiu Pansy. Lenny levantou-se, rejeitando a ajuda de Draco.
-Bom, vou deixar-vos
conversar à vontade – declarou ela, caminhando na direção da saída.
-Espera - pediu
Draco. Lenny reparou que Pansy revirou os olhos – estás mesmo bem?
-Estou bem –
respondeu Lenny num tom flácido, abrindo a porta de saída. Mas ao fazê-lo os
seus olhos incidiram na única pessoa que não queria por nada ver.
Lucius Malfoy.
Sem comentários:
Enviar um comentário